09 fevereiro, 2021

Como escolher e harmonizar vinhos

Branco, tinto, rosé, reserva, verde, maduro, colheita tardia ou espumante, um bom vinho é o melhor acompanhamento de qualquer prato, mas são tantas as opções de vinhos que pode tornar-se confuso. Muitas pessoas escolhem uma garrafa de vinho porque são atraídas pelo nome ou pelos rótulos, existe quem apenas compre vinhos tintos ou de uma determinada região, e não há nada de errado nisso!
Tal como a comida, também o vinho é importante na cozinha e faz parte da nossa cultura não apenas por ser parte integrante da refeição, mas também por ser um agente que realça os sabores da boa comida. Seja para um jantar romântico, um almoço em família ou um fim de tarde depois do trabalho, hoje trago-vos um artigo dedicado aos vinhos que vai ajudar-vos a escolher o melhor vinho para qualquer ocasião.




Como escolher uma garrafa de vinho

  • A ocasião/refeição em que será servido o vinho é o principal guia para a sua escolha
Embora cada vez mais discutível, a regra base pode ser útil para os principiantes: tinto para pratos de carne e branco para pratos de peixe, é bom começo para quando estiver num supermercado ou numa loja especializada em frente a centenas de garrafas! Ainda assim, não tenha medo de arriscar e experimentar algo diferente.

  • O preço
Existem garrafas de vinho que vão de poucos, a dezenas ou até mesmo centenas de euros… e tudo na mesma prateleira! Uma garrafa de vinho que custe 25€ à partida será de maior qualidade (se o preço não estiver inflaccionado!) quando comparada com uma de 5€, mas isto não quer dizer que a mais barata seja horrível até porque hoje em dia existem vinhos com excelente relação qualidade/preço. 

  • Graduação alcoólica
O grau de álcool visível no rótulo da garrafa em forma de percentagem, corresponde ao número de litros de álcool por cada 100 litros de vinho. Ou seja, um vinho com uma percentagem mais elevada é mais encorporado; enquanto um vinho com uma percentagem de álcool reduzida é menos mais leve.

  • Classificação do vinho
No caso dos vinhos portugueses, a designação de qualidade elevada é o VQRD/DOC (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada/Denominação de Origem Controlada); nos rótulos franceses consta o AOC (Appellation d’Origine Contrôlée) e nos italianos o DOC (Denominazione di Origine Controllata) e as DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita). 

  • Faça uma lista de vinhos
Faça uma lista dos vinhos que mais apreciou e daqueles não pensa voltar a comprar. Pode incluir notas sobre o que gostou mais ou menos, a reacção das pessoas a quem foi servido, o prato que acompanhou e o preço. 
Ainda assim, sempre que possa experimente vinhos de diferentes regiões, anos e produtores, as feiras de vinhos são uma óptima oportunidade para trazer um vinho novo para casa.

  • Outras opiniões
Aproveite para trocar opiniões com familiares e amigos sobre os vinhos que tenham degustado;além disso, pode consultar revistas especializadas, apps e sites; workshops e cursos de degustação de vinho; comprar livros dedicados a vinhos; ou ir às feiras e provas de vinho que já se realizam com alguma frequência um pouco por todo o país.




Como harmonizar vinhos

  • Carnes vermelhas e caça
Vinhos tintos encorpados combinam com carnes vermelhas, de caça e massas com molho de tomate.
Conjugue estes pratos com vinho tinto encorpado com uma cor viva, aroma a amoras silvestres com um toque fumado de madeira.
  • Carnes brancas
Vinhos brancos e rosés.
Procure por vinhos onde predominam as notas de citrinos, flores brancas e notas de frutos tropicais, com sabor elegante, harmonioso e fresco.
  • Massa, risotto e saladas
Vinhos brancos e rosés são óptimos com massas com molho de queijo e saladas; no caso de massas com molho de tomate ou sabores mais encorpados, combinam melhor com vinho tinto.
  • Peixes grelhados
Vinhos brancos ou rosés.
Procure por vinhos com notas cítricas, aromas frutados e tropicais.
  • Queijos
Vinhos brancos e rosés para queijos de moles; vinhos tintos para queijos mais duros.
  • Assados
Vinho tinto para carnes vermelhas e assados com molho de tomate ou especiarias e pratos de bacalhau; vinho branco para carnes e molhos mais leves.
  • Sobremesas
Espumantes, Moscatel, vinho do Porto, colheitas tardias.
Para sobremesas com fruta, um delicado Moscatel; bolos ou sobremesas com chocolate recomendo  vinho do Porto; sobremesas de textura suave combinam com colheitas tardias.




As principais castas de vinho nacionais e internacionais em Portugal

  • Alvarinho
Esta casta branca ganhou fama na Galiza e em Portugal, sobretudo na região de Melgaço-Monção. 
Dá origem a excelentes vinhos verdes com acidez viva de aromas cítricos.
  • Antão Vaz
É uma casta branca, usada sobretudo no Alentejo. 
Os seus vinhos apresentam cor citrina e um aroma a frutas tropicais amadurecidas.
  • Arinto
A casta branca é a sua principal marca. Possui acidez elevada, tem um aroma intenso a frutos tropicais. Excelentes companheiros de verão, para serem bebidos preferencialmente enquanto jovens.

  • Castelão
Casta tinta, também conhecida como Periquita. 
Predomina a sul do Tejo, especialmente na zona da Península de Setúbal. Com forte acidez, aroma a cereja e a groselha.

  • Encruzado
A grande casta branca do Dão que dá origem a vinhos muito elegantes. 
Produz vinhos encorpados com boa graduação alcoólica, acidez moderada e essencialmente muito equilibrados. Apresenta notas florais e minerais
  • Fernão Pires
Casta branca, que se denuncia pelo seu aroma a Moscatel e algumas notas de rosas e líchias. 
Produz vinhos frescos e muito aromáticos, de baixa acidez.

  • Loureiro
O seu berço é a região dos vinhos verdes (rio Lima). 
O seu aroma a louro faz parte integrante do seu ADN.
  • Tinta Roriz
No Alentejo é conhecida como Aragonez. 
Resulta em vinhos elegantes e com muita frescura. Tem notas de ameixa, amora e cereja.
  • Trincadeira
Também conhecida como Tinta Amarela, apresenta uma acidez que se revela positiva. 
Aroma a frutos silvestres e algumas notas vegetais.
  • Touriga Franca
Aroma a rosas, frutos silvestres e cereja preta, muito equilibrados e sofisticados. 
Tem uma cor bastante intensa. Dá origem a vinhos de elevada qualidade.

  • Touriga Nacional
Aroma característico a violetas, bergamotas, frutos silvestres e esteva. 
  • Verdelho
Casta branca. No Douro é também conhecida como Gouveio. Resulta em vinhos de grande intensidade aromática e muito bem estruturados.

  • Alicante Bouschet
Casta tintureira de origem francesa, muito usada no Alentejo. Resistente ao calor, na fase final de amadurecimento. 
Tem aroma a frutos silvestres, a vegetais e a eucalipto.
  • Cabernet Sauvignon
Casta tinta mundialmente famosa, que se caracteriza pelas suas notas a pimentos verdes.
Resulta em vinhos bem estruturados.
  • Chardonnay
Casta branca usada tanto nos vinhos como nos champanhes. 
Apresenta aromas delicados a noz e avelã com notas de frutos tropicais.
  • Pinot Noir
Casta tinta que produz vinhos muito elegantes, com fraca cor e baixo corpo. 
Aroma a violetas, a cereja e a morangos. É com esta casta que se produzem os melhores champanhes do mundo.
  • Sauvignon Blanc
Esta casta branca tem aromas tanto minerais, como fumados, a frutos tropicais e pimenta.
  • Syrah
Famosa casta tinta muito plantada em Portugal. Há quem defenda que é uma das mais antigas do mundo. Aroma a frutos silvestres escuros, a fumados, a pimenta e a trufas.



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