30 junho, 2021

Palácio de Monserrate

Nascido das ruínas de um antigo palácio, dois ingleses imaginaram e construíram uma das mais belas peças do Romantismo em Portugal. Francis Cook, o novo proprietário, comerciante abastado de grande «sensibilidade cultural», e James Knowles, arquitecto inglês, deram forma ao edifício que sintetiza na perfeição a essência do movimento que nasceu na Europa, no século XVIII, o Palácio de Monserrate. Além do palácio, a sua flora é um dos mais ricos jardins botânicos portugueses, contendo, desta forma, mais de 3 mil espécies exóticas atualmente, espalhadas ao longo dos vários cenários, que incluem um jardim de rosas, jardins mexicanos e japoneses.




No seu interior, encontramos uma entrada octogonal formado por arcos góticos e colunas de mármore rosa, com um conjunto de escadas que sobe para os aposentos privados de Francis Cook, a Sala de Jantar, a Biblioteca com estantes de nogueira e uma belíssima porta em alto-relevo, a Capela, o Átrio Principal também octogonal e que apresenta uma fonte de mármore de Carrara de inspiração classicista, assim como painéis perfurados de Deli de alabastro que funcionam como biombos esculpidos. Este Átrio, encimado por uma cúpula decorada com madeiras e estuque, encontra-se no centro da Galeria que atravessa todo o palácio, da Torre Norte à Torre Sul. Temos ainda a Sala de Bilhar, a Sala de Estar Indiana e por fim a Sala da Música, salão de generosas proporções, excelente acústica e rica decoração.


Estilos tão diferentes como o gótico medieval, o árabe, o mourisco e o renascentista misturam-se tranquilamente e de forma surpreendente. O Palácio integra a Paisagem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em 1995.


O Parque de Monserrate recebeu espécies vindas de todo o mundo, que foram organizadas por áreas geográficas, refletindo as diversas origens das plantas e compondo cenários ao longo dos caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas. Graças à intervenção do paisagista William Stockdale, do botânico William Neville e do mestre jardineiro James Burt mas, acima de tudo, ao espírito romântico de Francis Cook, que podemos hoje encontrar os medronheiros de porte arbóreo, os já muito raros azevinhos e os imponentes sobreiros, os ancestrais fetos arbóreos e araucárias, agaves e palmeiras que recriam um cenário do México, camélias, azáleas, rododendros e bambus, lembrando um jardim do Japão.





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